Medicamentos para obesidade: quando são recomendados

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Nem todo paciente acima do peso necessita de uma terapia medicamentosa para driblar os quilos a mais. Porém, os remédios são um recurso eficiente para combater a obesidade em pacientes com IMC alto

Quando se fala em tratar a obesidade, logo se pensa em cortar calorias. Afinal, é o excesso delas que provoca o acúmulo de gordura corporal e, consequentemente, o sobrepeso. A equação equilibrada entre o consumo de calorias por meio da alimentação e o gasto delas em atividades rotineiras e exercícios físicos é o segredo para a boa forma.

Mas nem sempre é fácil manter essa conta em dia, e fatores ambientais, genéticos e emocionais contribuem para desequilibrá-la, provocando a obesidade. Se as dietas ricas em alimentos in natura e pouco calóricos são as primeiras indicações para quem deseja perder peso, muitas vezes, é necessário associar um tratamento farmacológico para driblar os quilos extras.

Segundo as Diretrizes Brasileiras da Obesidade (2016)1, publicadas pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), os medicamentos só devem ser indicados em determinadas situações:

  • se o paciente obeso apresentar complicações associadas, como problemas cardíacos, diabetes e hipertensão.
  • o IMC for maior ou igual a 30 kg/m2 ou for maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² com a presença de comorbidades.
  • o tratamento para perda de peso, sem o uso de medicamentos, não apresentou bons resultados em tentativas anteriores.

“Para escolher a melhor medicação, devemos considerar indicações, contraindicações, comorbidades e a possibilidade de interação medicamentosa”, explica o endocrinologista Fabio Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). O médico ainda lembra que os possíveis perfis alimentares, "os chamados fenótipos específicos", apesar de ainda provocarem polêmica entre os especialistas, podem aumentar, em tese, a especificidade do tratamento.

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Terapia individualizada

No Brasil, atualmente, a sibutramina, o orlistate, a liraglutida, a naltrexona com bupropiona e a semaglutida são as substâncias aprovadas para tratar a obesidade. Com ações diferentes, elas agem no cérebro e inibem o apetite ou são capazes de reduzir a absorção de gorduras ingeridas, pois atuam no intestino. Mas, independentemente de suas indicações, elas jamais devem ser utilizadas sem prescrição médica.

“O tratamento de obesidade é individualizado. O médico, baseado em uma anamnese bem-feita, considera o histórico do paciente. Além disso, avalia se ele apresenta outra enfermidade, como padrão compulsivo, depressão, insônia, saciedade reduzida, ansiedade ou ainda metabolismo lento. Todos esses fatores devem ser analisados pelo especialista a fim de indicar a melhor substância para cada caso”, comenta Deborah Beranger, endocrinologista pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, lembrando que o médico ainda pode optar por fazer associações medicamentosas com o objetivo de realizar uma terapia globalizada.

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O sucesso do tratamento depende de uma série de fatores, inclusive de um planejamento de metas realistas e do engajamento do paciente para alcançá-las. Nas Diretrizes da Abeso, a intervenção terapêutica é eficaz quando ocorre uma redução maior ou igual a 1% do peso corporal por mês, atingindo pelo menos 5% em 3 a 6 meses. Mais: a diminuição de 5% a 10% de peso em pacientes obesos reduz de forma significativa os fatores de risco para diabetes e doenças cardiovasculares2.

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1 1 DIRETRIZES Brasileiras de Obesidade, 2016. ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. 4.ed. São Paulo. Disponível em: https://abeso.org.br/wp- content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf. Acesso em: 11 out. 2023.

2 ABESO. Associação Brasileiro para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. Atualização das Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da Obesidade e do Sobrepeso. Disponível em: https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Atualizacao-das-Diretrizes.pdf Acesso em: 11 out. 2023.

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