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Tremor essencial

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É bastante comum encontrar pessoas que apresentam algum tipo de tremor. Normalmente, os membros superiores (braços e mãos) são os mais afetados, ao fazer algum movimento. Essa condição clínica chama-se tremor essencial e, mesmo sem alterar a expectativa de vida de seu portador, pode comprometer sua rotina. Conheça mais sobre essa enfermidade, suas características, seus sintomas e os tratamentos disponíveis.

O que é tremor essencial?

Apesar de não ser tão divulgado, o tremor essencial (TE) é um transtorno comum. Ele é um distúrbio neurológico caracterizado por um tremor incontrolável durante um movimento voluntário, como escrever ou beber água, e atinge principalmente os braços e as mãos, mas costuma acometer também a cabeça, a língua, o queixo e a laringe (caixa de voz). Quando já está mais avançado, pode ainda se manifestar nas pernas.

Os estudos mostram que a prevalência do tremor essencial varia de 0,5% a 6%, dependendo da população, da etnia e da idade, mas, entre os idosos com mais de 65 anos, chega a 4,5% 1. Os números confirmam que a incidência do tremor essencial exige mais atenção médica, mas seu diagnóstico é bastante difícil.

Segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) 2, de 30% a 50% dos diagnósticos que deveriam ser de tremor essencial são confundidos com doença de Parkinson ou distonia. Isso ocorre porque as causas dessa condição não estão completamente definidas.

Quais são as causas do tremor essencial?

Ainda não se sabe ao certo o que provoca o tremor essencial. As pesquisas mais recentes apontam para várias hipóteses, como: atividades anormais nos circuitos do cérebro, alteração nas redes de neurônios, neurodegeneração e disfunção dos neurotransmissores gabaérgicos, responsáveis pela calma e relaxamento, principalmente no cerebelo e no tronco cerebral. Os neurologistas sabem que é uma doença que compromete a atividade elétrica nos circuitos motores, incluindo o córtex cerebral e o tálamo, regiões que participam do controle dos músculos. Daí a presença do tremor durante o movimento. Muitos casos também têm origem no histórico familiar, entretanto, não se pode afirmar que há uma causa genética ou um fator de risco genético associado ao tremor essencial.

Como é feito o diagnóstico do tremor essencial?

O tremor essencial exige um diagnóstico cuidadoso, já que é uma doença progressiva e heterogênea e não existem exames laboratoriais ou testes específicos para identificá-la. É necessário fazer uma investigação minuciosa: os especialistas devem considerar a idade, o gênero e o histórico familiar do paciente; se ele é portador de outras doenças ou faz uso de medicamentos que causam tremores; além de realizar testes neurológicos. Fazer um levantamento detalhado dos sintomas também é fundamental: há quanto tempo eles surgiram, em quais situações o tremor aparece (em repouso ou em movimento), se ocorre piora em momentos de estresse e ansiedade, quais partes tremem e com qual frequência e se há rigidez muscular.

Alguns pesquisadores apontam que, para se concluir um diagnóstico de tremor essencial, é necessário conferir alguns critérios:

  • se é um tremor de ação isolado em ambos os membros superiores;
  • com duração mínima de três anos;
  • se há tremor em outros locais, como cabeça e voz, porém, considerando que não é comum acometer exclusivamente cabeça e voz;
  • se há piora em situação de estresse;
  • Com essas informações detalhadas, os especialistas podem descartar a hipótese de outros transtornos, como mal de Parkinson, distonia e esclerose múltipla, e classificar a condição clínica como tremor essencial.

Há tipos diferentes de tremor essencial?

Há dois tipos de tremor essencial, com características fisiopatológicas diferentes: o de início precoce e o de início tardio.

O tremor essencial de início precoce aparece por volta dos 20 anos, costuma piorar nos primeiros períodos, alcança estabilidade e volta a se agravar com o envelhecimento. Ele é mais comum entre os homens, o paciente costuma ter histórico familiar e seus sintomas prevalecem nos membros superiores (raramente, esses pacientes vão apresentar sintomas em outras partes do corpo).

Já o tremor essencial de início tardio dá seus primeiros sinais após os 60 anos de idade e surge principalmente em mulheres. Muitas vezes, não é possível identificar um histórico familiar de tremor e ocorre um comprometimento da voz e da cabeça com maior frequência.

Nos dois tipos, os sintomas tendem a piorar com o avançar da idade e ainda podem aparecer outros comprometimentos, como alterações auditivas (perda da audição), cognitivas (um leve comprometimento por causa do envolvimento do cerebelo, responsável pela coordenação e equilíbrio) e psíquicas (transtorno de humor e ansiedade).

Quais são as principais diferenças entre tremor essencial e Doença de Parkinson?

Como o tremor essencial é constantemente confundido com o mal de Parkinson, é importante estar atento. No tremor essencial:

  • os movimentos são mais lentos.
  • não há rigidez muscular.
  • não há um tremor de repouso isolado.
  • é relativamente constante.
  • o tremor concentra-se no punho.

Intra-hepático: comete os ductos biliares dentro do fígado e muitas vezes é classificado como um tipo de câncer de fígado;

Perihilar: ocorre nos ductos fora do fígado. O tipo mais recorrente é o tumor de Klatskin, que acomete a região onde os ductos direito e esquerdo se encontram, originando o ducto hepático comum.

Distal: acomete a porção do ducto biliar que fica mais próxima do intestino delgado e também é chamado de colangiocarcinoma extra-hepático.

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Devido às suas características, a condição ainda é confundida com a Doença de Parkinson, mas tem sintomas específicos

O tremor essencial é um distúrbio neurológico do movimento que geralmente afeta as mãos, mas também pode atingir a cabeça, voz e as pernas, sendo muitas vezes confundido com a Doença de Parkinson. É considerado o distúrbio de movimento mais comum e ocorre em cerca de 0,5 a 6% da população, dependendo do estudo e da etnia. Ainda que sua ocorrência possa aumentar de acordo com a idade dos pacientes, a doença pode ocorrer independentemente da faixa etária.

Segundo o neurocirurgião Dr. Erich Fonoff, a doença também pode ser confundida com o tremor fisiológico, geralmente desencadeado por situações que são estressantes ao organismo e estão relacionadas ao aumento da liberação de adrenalina pelo corpo. “O tremor essencial é lentamente progressivo e é considerado neurodegenerativo, porque não tem cura. Em geral, tem caráter familiar, mas se trata de uma condição multifatorial”.

O especialista explica que a condição é caracterizada por um tremor fino, rápido e que aparece principalmente durante o movimento, enquanto no Parkinson, por exemplo, o tremor é mais significativo durante o repouso. “O Parkinson é mais incomum que o tremor essencial, atingindo 0,5% a 1% da população.”

Veja também: Será que é Parkinson: Conheça os primeiros sintomas

O diagnóstico do tremor essencial é feito a partir da queixa do paciente, análise dos sintomas e exame clínico. Outros exames complementares também podem ajudar a diferenciar o tremor essencial de outros tipos de tremores. “Nesse caso, é feita uma eletroneuromiografia, exame neurofisiológico utilizado no diagnóstico de lesões no sistema nervoso periférico, que é capaz de medir a frequência do tremor e os músculos envolvidos. O paciente que tem tremor essencial não apresenta alterações na ressonância magnética. Não porque não acontecem alterações no cérebro, mas porque são discretas e não aparecem nesse exame de imagem”, explica o neurocirurgião.

Fatores de agravamento do tremor essencial e tratamento

Fonoff explica que alguns hábitos ou comportamentos podem agravar os sintomas do tremor essencial:

  1. Emoções: se o paciente ficar nervoso ou emocionado (positiva ou negativamente), os tremores podem ser intensificados;
  2. Ingestão de cafeína: por ser um estimulante, a cafeína também pode piorar os tremores;
  3. Medicação para asma: já que alguns desses medicamentos podem acelerar a frequência cardíaca;
  4. Exercício físico: neste caso, o neurocirurgião destaca que o exercício intensifica os tremores durante a prática, mas é fundamental para a qualidade de vida do paciente.

Ainda segundo o neurocirurgião, o tratamento do tremor essencial consiste em três modalidades: prática de exercícios físicos, medicamentos e cirurgia para os casos em que o paciente apresenta um tremor que afeta as atividades do dia a dia. “Nesse caso, é feito o implante de eletrodos para a Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Depois disso, o paciente consegue ter uma vida normal, com o tremor 90% mais controlado”, finaliza.

Veja também: Além dos tremores, eu tinha câimbras horríveis, não gosto nem de lembrar

ATENÇÃO: A lei restringe a venda desses dispositivos a médicos ou mediante prescrição médica. Indicações, contraindicações, advertências e instruções de uso podem ser encontradas na rotulagem do produto fornecida com cada dispositivo ou em www.IFU-BSCI.com. Os produtos mostrados apenas para fins de INFORMAÇÃO e podem não ser aprovados ou vendidos em determinados países. Este material não se destina ao uso na França. 2023 Copyright © Boston Scientific Corporation ou suas afiliadas. Todos os direitos reservados.

(Declaração de direitos autorais necessária apenas se não estiver de outra forma no material) Este material é apenas para fins informativos e não se destina a diagnóstico médico. Este conteúdo não constitui aconselhamento médico ou jurídico, e a Boston Scientific não faz nenhuma representação em relação aos benefícios médicos incluídos neste conteúdo. A Boston Scientific recomenda enfaticamente que você consulte seu médico sobre todos os assuntos relacionados à sua saúde.

NM-1502608-AA

3 mitos que atrapalham o tratamento do Parkinson

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A doença não afeta apenas idosos e nem sempre o paciente terá tremores. E quanto mais gente souber disso, mais rápido será o acesso ao tratamento

É comum que o Parkinson seja imediatamente associado aos tremores que caracterizam o estado mais avançado da doença. Além disso, muitos acreditam que se trata de uma condição típica de pessoas mais velhas, sendo impossível de acontecer nos mais jovens. No entanto, essas duas afirmações não passam de mitos que ainda são comumente espalhados por aí, impactando até mesmo o acesso de pacientes ao tratamento adequado.

Com a ajuda de Eduardo Alho, neurocirurgião da Clínica de Dor e Funcional (SP) com pós-doutorado no Departamento de Neurologia da Universidade de São Paulo, vamos elucidar esses e outros mitos sobre a doença.

Parkinson é uma doença debilitante e terminal Para o neurocirurgião, esse talvez seja o principal mito que ele ouve no consultório. “Mas a verdade é que existe um espectro amplo da doença e muitas possibilidades de tratamento, desde medicamentos, reabilitação física, até o tratamento cirúrgico”, assegura. Porém, “o Parkinson é uma doença degenerativa e que pode, sim, limitar os pacientes do ponto de vista físico. Porém, se for diagnosticado e tratado corretamente, essas limitações podem ser contornadas e permanecerão imperceptíveis em uma parcela grande dos pacientes.”

A doença só afeta os movimentos. Até mesmo médicos não especialistas podem pensar que isso seja verdade. Mas não é assim que acontece. A doença de Parkinson tem sintomas além dos motores e que podem afetar mais a vida cotidiana do que as dificuldades de movimento. E isso inclui olfato prejudicado, distúrbios do sono, déficit cognitivo, prisão de ventre, ansiedade e depressão, fadiga, dor (principalmente em um membro), formigamento e outros1.

O tratamento não funciona bem. É verdade que, infelizmente, há pacientes que não evoluem bem, a despeito dos tratamentos medicamentosos, exercícios, reabilitação e cirurgias. “Esta realidade, porém, não acontece para a maioria dos pacientes. Do total de pessoas com Parkinson, apenas uma minoria terá critérios para cirurgia, sendo que desses, a maioria tem um bom controle dos sintomas, com qualidade de vida”, observa o médico. No entanto, segundo ele, é importante ter em mente que qualquer um dos tratamentos não reverte as causas da doença (que é progressiva e degenerativa), mas busca retardar e aliviar os sintomas. Por isso, é importante continuar realizando atividades físicas para ajudar a manter as funções motoras e cognitivas desses pacientes.

1 Myths About Parkinson's.

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Tremor Essencial: conheça o tratamento com a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

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Tremor Essencial: conheça o tratamento com a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

Quando outros tratamentos não trazem um resultado satisfatório, pode ser a hora de pensar na terapia de DBS, capaz de melhorar os sintomas em pouco tempo

Tremor é o nome dado a um movimento involuntário e ritmado de uma parte do corpo que acontece quando os músculos contraem e relaxam, repetidas vezes. Ele pode acontecer na cabeça, na voz, nas mãos ou nas pernas. Quando decorre de um problema no sistema nervoso, leva o nome de Tremor Essencial1.

É esperado que os tremores aconteçam de forma moderada, embora afetem diretamente a qualidade de vida do paciente e provoquem situações embaraçosas. E, para casos em que os sintomas não respondem adequadamente a tratamentos medicamentosos ou quando os tremores são muito incapacitantes, a Estimulação Cerebral Profunda, ou DBS (sigla em inglês para Deep Brain Stimulation) tem se mostrado uma opção bastante eficaz.

“É importante ressaltar que a técnica não cura a doença, mas pode reduzir os sintomas significativamente, melhorando a qualidade de vida dos paciente”, deixa claro Felipe Mendes, neurocirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e médico pioneiro na técnica cirúrgica de aneurisma com paciente acordado em Minas Gerais.

Na Estimulação Cerebral Profunda (DBS), geralmente dois eletrodos são implantados em regiões específicas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos. Depois, pulsos elétricos são emitidos até o local para estimular tais regiões, com o objetivo de regular os sinais que causam os sintomas, reduzindo a gravidade dos tremores. “Uma grande vantagem é que os ajustes dessa estimulação são feitos de forma não invasiva, como se fosse uma conexão wi-fi ou bluetooth, que permite ajustar os parâmetros para alcançar os melhores resultados”, ressalta o médico.

O que esperar da cirurgia

Todo paciente com indicação para Estimulação Cerebral Profunda (DBS) precisa passar por uma avaliação cuidadosa da equipe médica, garantindo que esteja apto ao procedimento. Isso inclui exames de imagem como a ressonância magnética, que identifica as áreas-alvo apropriadas para o implante dos eletrodos. “São ainda realizadas discussões detalhadas com a equipe médica - formada por neurologistas, neurocirurgiões, neurofisiologistas e neuropsicólogos - para explicar ao paciente e seus familiares sobre os riscos, benefícios e expectativas realistas associadas a essa abordagem”, completa Mendes.

Já a avaliação neuropsicológica é uma etapa fundamental para identificar como estão as funções cognitivas dos pacientes, como atenção, memória e raciocínio, além de apontar possíveis alterações de humor, como depressão e ansiedade.

Pacientes com outros problemas de saúde, como alterações cardíacas, hipertensão e diabetes, devem realizar o preparo clínico pré-operatório com os médicos que os acompanham, para agendar o procedimento no melhor momento de saúde possível.

A vida após o procedimento

Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente precisa tomar os cuidados usuais para a rápida cicatrização do local do implante e recebe orientações para a prevenção de infecções. Mendes lembra que nesse período também é realizada a programação do sistema de Estimulação Cerebral Profunda (DBS), com os ajustes necessários para a melhora dos sintomas. “Normalmente, são necessários alguns ajustes até alcançar um bom controle dos sintomas. Por isso, o acompanhamento regular com a equipe neurológica assistente é muito importante”, enfatiza o neurocirurgião.

Além disso, certas atividades de esforço excessivo podem ser restringidas temporariamente, sendo liberadas assim que as condições clínicas de cada paciente permitirem.

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ATENÇÃO III: Somente para fins informativos. O conteúdo deste artigo/publicação é de responsabilidade exclusiva de seu autor/editor e não representa a opinião da BSC.

NMD = 1898906 – AA – Saber da Saúde

1 Doenças do movimento. Tremor. Manual MSD. Versão Saúde para a Família. Acesso em Dezembro de 2023.

Estimulação da Medula Espinhal: o último recurso para tratar a dor crônica neuropática

Sistema Nervoso

Estimulação da Medula Espinhal: o último recurso para tratar a dor crônica neuropática

Conheça a jornada do paciente até chegar à indicação da cirurgia para implante de um neuromodulador, capaz de aliviar a dor e trazer de volta a qualidade de vida

A dor crônica não dá descanso. Em busca de uma melhora significativa para o desconforto e para recuperar a qualidade de vida, o paciente começa uma jornada de consultas médicas, exames e tratamentos até chegar no momento de considerar a cirurgia para implante do dispositivo de Estimulação Medular. Conheça o caminho.

A jornada do paciente com dor crônica em cinco passos

  • 1. A busca por conselhos - de leigos. O paciente com dores crônicas geralmente começa sua jornada procurando conselhos de familiares e amigos sobre formas de aliviar a dor, muitas vezes, optando por automedicação. “Hoje também é comum buscar informações na internet”, lembra Felipe Mendes, médico neurocirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e especialista em procedimentos minimamente invasivos da coluna vertebral.
  • 2. Primeira visita ao serviço de emergência. Sem observar melhora ou percebendo que a dor torna-se mais intensa, a pessoa procura ajuda médica em serviços de urgência. “Nesta etapa, alguns exames podem ser realizados e é proposto um tratamento baseado em controle de sintomas com analgésicos”, explica Mendes. O especialista aponta que alguns pacientes já podem ser encaminhados para consultas ambulatoriais com clínicos ou ortopedistas mais generalistas.
  • 3. Tratamentos complementares “Algumas terapias costumam ser indicadas nessa primeira fase do tratamento, entre elas fisioterapia, acupuntura e orientações para mudanças nos hábitos de vida”, reforça o neurocirurgião. “E a boa notícia é que muitas pessoas efetivamente melhoram. Porém, é importante ter muito cuidado nesse período, pois um quadro de dor aguda tratado incorretamente aumenta a chance de evolução para dores crônicas”, alerta.
  • 4. Quando a dor vira crônica. Uma parcela de pessoas não vai melhorar, mesmo com o uso de analgésicos e terapias complementares. “Esses vão necessitar da ajuda especializada de um profissional focado em dores, como um neurocirurgião especialista em coluna, por exemplo”, diz Mendes.
  • 5. A consulta com o médico da dor. Médicos especialistas em dores, quando recebem esses pacientes, costumam avaliar toda a jornada até ali para garantir que cada etapa do tratamento foi feita de forma adequada. Só depois disso são propostos novos tratamentos, como o uso de bloqueios ou infiltrações com anestésicos e corticoides - técnicas minimamente invasivas e totalmente sem cortes - com possibilidade de trazer alívio rápido e duradouro. Se isso ainda não funcionar, o implante do dispositivo de Estimulação Medular pode ser sugerido.
  • 6. Procedimento cirúrgico para neuromodulação. Existem pacientes que, mesmo após tentar todas as técnicas convencionais para alívio da dor, simplesmente não melhoram. Para essas pessoas, há a possibilidade de avaliar a indicação para o implante do neuroestimulador: “O neuroestimulador é uma opção terapêutica de estimulação da medula espinhal que deve ser considerada quando outras abordagens não fornecem mais o alívio adequado. Essa técnica envolve a colocação de um dispositivo que emite sinais elétricos para interferir nas vias de transmissão da dor”, conta o neurocirurgião.

Como é a cirurgia - e o que esperar do pós-cirúrgico?

A cirurgia para implante do neuroestimulador é minimamente invasiva. “São feitos pequenos cortes e, portanto, a recuperação é rápida, com possibilidade de alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte”, explica Mendes. A partir disso, o paciente se recupera e se adapta em casa. “Logo após a colocação do dispositivo, o paciente passa por um período de ajuste das programações do neuroestimulador para otimizar o alívio da dor. Nessa fase, será monitorado de perto pela equipe médica, por meio de consultas de acompanhamento regular para ajustar os parâmetros da neuroestimulação”, conclui.

ATENÇÃO: A lei restringe a venda destes dispositivos a médicos ou mediante prescrição médica. As indicações, contraindicações, advertências e instruções de uso podem ser encontradas na etiqueta do produto fornecida com cada dispositivo ou em www.IFU- BSCI.com. Os produtos mostrados apenas para fins INFORMATIVOS e a venda pode não ter sido aprovada em alguns países. Este material não se destina ao uso na França. 2023 Copyright © Boston Scientific Corporation ou suas afiliadas. Todos os direitos reservados.

ATENÇÃO II: Este material é apenas para fins informativos e não para diagnóstico médico. Esta informação não constitui aconselhamento médico ou jurídico, e a Boston Scientific não faz nenhuma representação em relação aos benefícios médicos incluídos nesta informação. A Boston Scientific recomenda fortemente que você consulte seu médico em todos os assuntos relativos à sua saúde NM = 1679501 – AA – Saber da Saúde

Quais são os tratamentos disponíveis para o tremor essencial?

O principal objetivo do tratamento do tremor essencial é melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente. E vale lembrar que essa condição não tem cura. Como a doença tende a piorar com a passar do tempo, é fundamental considerar as necessidades do paciente: muitos perdem a autonomia para desempenhar atividades da rotina, como se servir ou se vestir sozinhos, têm dificuldade para escrever e digitar ou sentem os impactos na carreira profissional, já que, além dos membros superiores, a voz e a cabeça ficam trêmulas.

O tratamento mais usual é o medicamentoso. Drogas como o propranolol, primidona, gabapentina, benzodiazepínicos e topiramato são indicadas para reduzir os sintomas do tremor essencial.

O tratamento com toxina botulínica (Botox) é recomendado para o tremor na cabeça: a substância é inserida nos músculos mais ativos com o auxílio do ultrassom, paralisando-os. Como as aplicações são temporárias, normalmente, é necessário ajustar a dose da substância até se conseguir o resultado desejado.

Quando a cirurgia para o Tremor Essencial é indicada?

O aprimoramento das tecnologias tem permitido procedimentos cada vez mais seguros, sem efeitos colaterais, e com controle dos sintomas mesmo nos casos mais graves e comprometidos.

Embora ainda não seja uma opção adotada em larga escala, o tratamento cirúrgico beneficia a maioria dos pacientes. Os portadores de tremor essencial e suas equipes médicas avaliam o impacto que a doença tem em sua rotina e a eficácia do tratamento medicamentoso antes de optar pela operação.

Ainda não se sabe ao certo o que provoca o tremor essencial. As pesquisas mais recentes apontam para várias hipóteses, como: atividades anormais nos circuitos do cérebro, alteração nas redes de neurônios, neurodegeneração e disfunção dos neurotransmissores gabaérgicos, responsáveis pela calma e relaxamento, principalmente no cerebelo e no tronco cerebral. Os neurologistas sabem que é uma doença que compromete a atividade elétrica nos circuitos motores, incluindo o córtex cerebral e o tálamo, regiões que participam do controle dos músculos. Daí a presença do tremor durante o movimento. Muitos casos também têm origem no histórico familiar, entretanto, não se pode afirmar que há uma causa genética ou um fator de risco genético associado ao tremor essencial.

O tremor essencial exige um diagnóstico cuidadoso, já que é uma doença progressiva e heterogênea e não existem exames laboratoriais ou testes específicos para identificá-la. É necessário fazer uma investigação minuciosa: os especialistas devem considerar a idade, o gênero e o histórico familiar do paciente; se ele é portador de outras doenças ou faz uso de medicamentos que causam tremores; além de realizar testes neurológicos. Fazer um levantamento detalhado dos sintomas também é fundamental: há quanto tempo eles surgiram, em quais situações o tremor aparece (em repouso ou em movimento), se ocorre piora em momentos de estresse e ansiedade, quais partes tremem e com qual frequência e se há rigidez muscular.

Alguns pesquisadores apontam que, para se concluir um diagnóstico de tremor essencial, é necessário conferir alguns critérios:

  • se há tremor em outros locais, como cabeça e voz, porém, considerando que não é comum acometer exclusivamente cabeça e voz;
  • se há piora em situação de estresse;
  • Com essas informações detalhadas, os especialistas podem descartar a hipótese de outros transtornos, como mal de Parkinson, distonia e esclerose múltipla, e classificar a condição clínica como tremor essencial.

Há dois tipos de tremor essencial, com características fisiopatológicas diferentes: o de início precoce e o de início tardio.

O tremor essencial de início precoce aparece por volta dos 20 anos, costuma piorar nos primeiros períodos, alcança estabilidade e volta a se agravar com o envelhecimento. Ele é mais comum entre os homens, o paciente costuma ter histórico familiar e seus sintomas prevalecem nos membros superiores (raramente, esses pacientes vão apresentar sintomas em outras partes do corpo).

Já o tremor essencial de início tardio dá seus primeiros sinais após os 60 anos de idade e surge principalmente em mulheres. Muitas vezes, não é possível identificar um histórico familiar de tremor e ocorre um comprometimento da voz e da cabeça com maior frequência.

Nos dois tipos, os sintomas tendem a piorar com o avançar da idade e ainda podem aparecer outros comprometimentos, como alterações auditivas (perda da audição), cognitivas (um leve comprometimento por causa do envolvimento do cerebelo, responsável pela coordenação e equilíbrio) e psíquicas (transtorno de humor e ansiedade).

Como o tremor essencial é constantemente confundido com o mal de Parkinson, é importante estar atento. No tremor essencial:

  • os movimentos são mais lentos.
  • não há rigidez muscular.
  • não há um tremor de repouso isolado.
  • é relativamente constante.
  • o tremor concentra-se no punho.

O principal objetivo do tratamento do tremor essencial é melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente. E vale lembrar que essa condição não tem cura. Como a doença tende a piorar com a passar do tempo, é fundamental considerar as necessidades do paciente: muitos perdem a autonomia para desempenhar atividades da rotina, como se servir ou se vestir sozinhos, têm dificuldade para escrever e digitar ou sentem os impactos na carreira profissional, já que, além dos membros superiores, a voz e a cabeça ficam trêmulas.

O tratamento mais usual é o medicamentoso. Drogas como o propranolol, primidona, gabapentina, benzodiazepínicos e topiramato são indicadas para reduzir os sintomas do tremor essencial.

O tratamento com toxina botulínica (Botox) é recomendado para o tremor na cabeça: a substância é inserida nos músculos mais ativos com o auxílio do ultrassom, paralisando-os. Como as aplicações são temporárias, normalmente, é necessário ajustar a dose da substância até se conseguir o resultado desejado.

O aprimoramento das tecnologias tem permitido procedimentos cada vez mais seguros, sem efeitos colaterais, e com controle dos sintomas mesmo nos casos mais graves e comprometidos.

Embora ainda não seja uma opção adotada em larga escala, o tratamento cirúrgico beneficia a maioria dos pacientes. Os portadores de tremor essencial e suas equipes médicas avaliam o impacto que a doença tem em sua rotina e a eficácia do tratamento medicamentoso antes de optar pela operação.

A estimulação cerebral profunda (DBS) é indicada para quem, apesar do uso de medicamentos, tem as atividades cotidianas afetadas pelos tremores. Nessa cirurgia, eletrodos cerebrais, conectados a um marcapasso colocado abaixo da clavícula, são implantados na região do tálamo com o objetivo de, quando estimulados, cessarem os tremores. Estudos recentes comprovam a eficácia desse tratamento: quando os eletrodos estão bem localizados, há uma estabilidade no quadro de tremores por mais de 10 anos 3

A talamotomia é outra cirurgia indicada para o tremor essencial, mas, diferentemente da DBS, costuma ser recomendada para pacientes mais velhos, para os quais a eletroestimulação cerebral é contraindicada. Nesse procedimento, guiado por ressonância magnética, é feita uma lesão na região do tálamo a fim de que os tremores diminuam consideravelmente e haja ganho de qualidade de vida.

A estimulação cerebral profunda (DBS) é indicada para quem, apesar do uso de medicamentos, tem as atividades cotidianas afetadas pelos tremores. Nessa cirurgia, eletrodos cerebrais, conectados a um marcapasso colocado abaixo da clavícula, são implantados na região do tálamo com o objetivo de, quando estimulados, cessarem os tremores. Estudos recentes comprovam a eficácia desse tratamento: quando os eletrodos estão bem localizados, há uma estabilidade no quadro de tremores por mais de 10 anos 3 .

A talamotomia é outra cirurgia indicada para o tremor essencial, mas, diferentemente da DBS, costuma ser recomendada para pacientes mais velhos, para os quais a eletroestimulação cerebral é contraindicada. Nesse procedimento, guiado por ressonância magnética, é feita uma lesão na região do tálamo a fim de que os tremores diminuam consideravelmente e haja ganho de qualidade de vida.

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Segundo o neurocirurgião Dr. Erich Fonoff, a doença também pode ser confundida com o tremor fisiológico, geralmente desencadeado por situações que são estressantes ao organismo e estão relacionadas ao aumento da liberação de adrenalina pelo corpo. “O tremor essencial é lentamente progressivo e é considerado neurodegenerativo, porque não tem cura. Em geral, tem caráter familiar, mas se trata de uma condição multifatorial”.

O especialista explica que a condição é caracterizada por um tremor fino, rápido e que aparece principalmente durante o movimento, enquanto no Parkinson, por exemplo, o tremor é mais significativo durante o repouso. “O Parkinson é mais incomum que o tremor essencial, atingindo 0,5% a 1% da população.”

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Fatores de agravamento do tremor essencial e tratamento

Fonoff explica que alguns hábitos ou comportamentos podem agravar os sintomas do tremor essencial:

  1. Emoções: se o paciente ficar nervoso ou emocionado (positiva ou negativamente), os tremores podem ser intensificados;
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  3. Medicação para asma: já que alguns desses medicamentos podem acelerar a frequência cardíaca;
  4. Exercício físico: neste caso, o neurocirurgião destaca que o exercício intensifica os tremores durante a prática, mas é fundamental para a qualidade de vida do paciente.

Ainda segundo o neurocirurgião, o tratamento do tremor essencial consiste em três modalidades: prática de exercícios físicos, medicamentos e cirurgia para os casos em que o paciente apresenta um tremor que afeta as atividades do dia a dia. “Nesse caso, é feito o implante de eletrodos para a Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Depois disso, o paciente consegue ter uma vida normal, com o tremor 90% mais controlado”, finaliza.

Veja também: Além dos tremores, eu tinha câimbras horríveis, não gosto nem de lembrar

ATENÇÃO: A lei restringe a venda desses dispositivos a médicos ou mediante prescrição médica. Indicações, contraindicações, advertências e instruções de uso podem ser encontradas na rotulagem do produto fornecida com cada dispositivo ou em www.IFU-BSCI.com. Os produtos mostrados apenas para fins de INFORMAÇÃO e podem não ser aprovados ou vendidos em determinados países. Este material não se destina ao uso na França. 2023 Copyright © Boston Scientific Corporation ou suas afiliadas. Todos os direitos reservados.

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3 mitos que atrapalham o tratamento do Parkinson

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3 mitos que atrapalham o tratamento do Parkinson

A doença não afeta apenas idosos e nem sempre o paciente terá tremores. E quanto mais gente souber disso, mais rápido será o acesso ao tratamento

É comum que o Parkinson seja imediatamente associado aos tremores que caracterizam o estado mais avançado da doença. Além disso, muitos acreditam que se trata de uma condição típica de pessoas mais velhas, sendo impossível de acontecer nos mais jovens. No entanto, essas duas afirmações não passam de mitos que ainda são comumente espalhados por aí, impactando até mesmo o acesso de pacientes ao tratamento adequado.

Com a ajuda de Eduardo Alho, neurocirurgião da Clínica de Dor e Funcional (SP) com pós-doutorado no Departamento de Neurologia da Universidade de São Paulo, vamos elucidar esses e outros mitos sobre a doença.

Parkinson é uma doença debilitante e terminal Para o neurocirurgião, esse talvez seja o principal mito que ele ouve no consultório. “Mas a verdade é que existe um espectro amplo da doença e muitas possibilidades de tratamento, desde medicamentos, reabilitação física, até o tratamento cirúrgico”, assegura. Porém, “o Parkinson é uma doença degenerativa e que pode, sim, limitar os pacientes do ponto de vista físico. Porém, se for diagnosticado e tratado corretamente, essas limitações podem ser contornadas e permanecerão imperceptíveis em uma parcela grande dos pacientes.”

A doença só afeta os movimentos. Até mesmo médicos não especialistas podem pensar que isso seja verdade. Mas não é assim que acontece. A doença de Parkinson tem sintomas além dos motores e que podem afetar mais a vida cotidiana do que as dificuldades de movimento. E isso inclui olfato prejudicado, distúrbios do sono, déficit cognitivo, prisão de ventre, ansiedade e depressão, fadiga, dor (principalmente em um membro), formigamento e outros1.

O tratamento não funciona bem. É verdade que, infelizmente, há pacientes que não evoluem bem, a despeito dos tratamentos medicamentosos, exercícios, reabilitação e cirurgias. “Esta realidade, porém, não acontece para a maioria dos pacientes. Do total de pessoas com Parkinson, apenas uma minoria terá critérios para cirurgia, sendo que desses, a maioria tem um bom controle dos sintomas, com qualidade de vida”, observa o médico. No entanto, segundo ele, é importante ter em mente que qualquer um dos tratamentos não reverte as causas da doença (que é progressiva e degenerativa), mas busca retardar e aliviar os sintomas. Por isso, é importante continuar realizando atividades físicas para ajudar a manter as funções motoras e cognitivas desses pacientes.

1 Myths About Parkinson's.

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Tremor Essencial: conheça o tratamento com a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

Sistema Nervoso

Tremor Essencial: conheça o tratamento com a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

Quando outros tratamentos não trazem um resultado satisfatório, pode ser a hora de pensar na terapia de DBS, capaz de melhorar os sintomas em pouco tempo

Tremor é o nome dado a um movimento involuntário e ritmado de uma parte do corpo que acontece quando os músculos contraem e relaxam, repetidas vezes. Ele pode acontecer na cabeça, na voz, nas mãos ou nas pernas. Quando decorre de um problema no sistema nervoso, leva o nome de Tremor Essencial1.

É esperado que os tremores aconteçam de forma moderada, embora afetem diretamente a qualidade de vida do paciente e provoquem situações embaraçosas. E, para casos em que os sintomas não respondem adequadamente a tratamentos medicamentosos ou quando os tremores são muito incapacitantes, a Estimulação Cerebral Profunda, ou DBS (sigla em inglês para Deep Brain Stimulation) tem se mostrado uma opção bastante eficaz.

“É importante ressaltar que a técnica não cura a doença, mas pode reduzir os sintomas significativamente, melhorando a qualidade de vida dos paciente”, deixa claro Felipe Mendes, neurocirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e médico pioneiro na técnica cirúrgica de aneurisma com paciente acordado em Minas Gerais.

Na Estimulação Cerebral Profunda (DBS), geralmente dois eletrodos são implantados em regiões específicas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos. Depois, pulsos elétricos são emitidos até o local para estimular tais regiões, com o objetivo de regular os sinais que causam os sintomas, reduzindo a gravidade dos tremores. “Uma grande vantagem é que os ajustes dessa estimulação são feitos de forma não invasiva, como se fosse uma conexão wi-fi ou bluetooth, que permite ajustar os parâmetros para alcançar os melhores resultados”, ressalta o médico.

O que esperar da cirurgia

Todo paciente com indicação para Estimulação Cerebral Profunda (DBS) precisa passar por uma avaliação cuidadosa da equipe médica, garantindo que esteja apto ao procedimento. Isso inclui exames de imagem como a ressonância magnética, que identifica as áreas-alvo apropriadas para o implante dos eletrodos. “São ainda realizadas discussões detalhadas com a equipe médica - formada por neurologistas, neurocirurgiões, neurofisiologistas e neuropsicólogos - para explicar ao paciente e seus familiares sobre os riscos, benefícios e expectativas realistas associadas a essa abordagem”, completa Mendes.

Já a avaliação neuropsicológica é uma etapa fundamental para identificar como estão as funções cognitivas dos pacientes, como atenção, memória e raciocínio, além de apontar possíveis alterações de humor, como depressão e ansiedade.

Pacientes com outros problemas de saúde, como alterações cardíacas, hipertensão e diabetes, devem realizar o preparo clínico pré-operatório com os médicos que os acompanham, para agendar o procedimento no melhor momento de saúde possível.

A vida após o procedimento

Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente precisa tomar os cuidados usuais para a rápida cicatrização do local do implante e recebe orientações para a prevenção de infecções. Mendes lembra que nesse período também é realizada a programação do sistema de Estimulação Cerebral Profunda (DBS), com os ajustes necessários para a melhora dos sintomas. “Normalmente, são necessários alguns ajustes até alcançar um bom controle dos sintomas. Por isso, o acompanhamento regular com a equipe neurológica assistente é muito importante”, enfatiza o neurocirurgião.

Além disso, certas atividades de esforço excessivo podem ser restringidas temporariamente, sendo liberadas assim que as condições clínicas de cada paciente permitirem.

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NMD = 1898906 – AA – Saber da Saúde

1 Doenças do movimento. Tremor. Manual MSD. Versão Saúde para a Família. Acesso em Dezembro de 2023.

Estimulação da Medula Espinhal: o último recurso para tratar a dor crônica neuropática

Sistema Nervoso

Estimulação da Medula Espinhal: o último recurso para tratar a dor crônica neuropática

Conheça a jornada do paciente até chegar à indicação da cirurgia para implante de um neuromodulador, capaz de aliviar a dor e trazer de volta a qualidade de vida

A dor crônica não dá descanso. Em busca de uma melhora significativa para o desconforto e para recuperar a qualidade de vida, o paciente começa uma jornada de consultas médicas, exames e tratamentos até chegar no momento de considerar a cirurgia para implante do dispositivo de Estimulação Medular. Conheça o caminho.

A jornada do paciente com dor crônica em cinco passos

  • 1. A busca por conselhos - de leigos. O paciente com dores crônicas geralmente começa sua jornada procurando conselhos de familiares e amigos sobre formas de aliviar a dor, muitas vezes, optando por automedicação. “Hoje também é comum buscar informações na internet”, lembra Felipe Mendes, médico neurocirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e especialista em procedimentos minimamente invasivos da coluna vertebral.
  • 2. Primeira visita ao serviço de emergência. Sem observar melhora ou percebendo que a dor torna-se mais intensa, a pessoa procura ajuda médica em serviços de urgência. “Nesta etapa, alguns exames podem ser realizados e é proposto um tratamento baseado em controle de sintomas com analgésicos”, explica Mendes. O especialista aponta que alguns pacientes já podem ser encaminhados para consultas ambulatoriais com clínicos ou ortopedistas mais generalistas.
  • 3. Tratamentos complementares “Algumas terapias costumam ser indicadas nessa primeira fase do tratamento, entre elas fisioterapia, acupuntura e orientações para mudanças nos hábitos de vida”, reforça o neurocirurgião. “E a boa notícia é que muitas pessoas efetivamente melhoram. Porém, é importante ter muito cuidado nesse período, pois um quadro de dor aguda tratado incorretamente aumenta a chance de evolução para dores crônicas”, alerta.
  • 4. Quando a dor vira crônica. Uma parcela de pessoas não vai melhorar, mesmo com o uso de analgésicos e terapias complementares. “Esses vão necessitar da ajuda especializada de um profissional focado em dores, como um neurocirurgião especialista em coluna, por exemplo”, diz Mendes.
  • 5. A consulta com o médico da dor. Médicos especialistas em dores, quando recebem esses pacientes, costumam avaliar toda a jornada até ali para garantir que cada etapa do tratamento foi feita de forma adequada. Só depois disso são propostos novos tratamentos, como o uso de bloqueios ou infiltrações com anestésicos e corticoides - técnicas minimamente invasivas e totalmente sem cortes - com possibilidade de trazer alívio rápido e duradouro. Se isso ainda não funcionar, o implante do dispositivo de Estimulação Medular pode ser sugerido.
  • 6. Procedimento cirúrgico para neuromodulação. Existem pacientes que, mesmo após tentar todas as técnicas convencionais para alívio da dor, simplesmente não melhoram. Para essas pessoas, há a possibilidade de avaliar a indicação para o implante do neuroestimulador: “O neuroestimulador é uma opção terapêutica de estimulação da medula espinhal que deve ser considerada quando outras abordagens não fornecem mais o alívio adequado. Essa técnica envolve a colocação de um dispositivo que emite sinais elétricos para interferir nas vias de transmissão da dor”, conta o neurocirurgião.

Como é a cirurgia - e o que esperar do pós-cirúrgico?

A cirurgia para implante do neuroestimulador é minimamente invasiva. “São feitos pequenos cortes e, portanto, a recuperação é rápida, com possibilidade de alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte”, explica Mendes. A partir disso, o paciente se recupera e se adapta em casa. “Logo após a colocação do dispositivo, o paciente passa por um período de ajuste das programações do neuroestimulador para otimizar o alívio da dor. Nessa fase, será monitorado de perto pela equipe médica, por meio de consultas de acompanhamento regular para ajustar os parâmetros da neuroestimulação”, conclui.

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