Trombose

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O que é
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Classificações
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Fatores de Risco
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Diagnóstico
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Tratamento

Trombose

Se você ou alguém que você conhece foi diagnosticado com Trombose ou está procurando informações sobre a doença, aqui está uma visão geral desta condição, incluindo diagnósticos e tratamentos disponíveis.

O que é trombose?

A trombose é a formação de coágulos (trombos) dentro dos vasos sanguíneos. Por razões diversas, células e outros elementos se acumulam, formam uma massa e obstruem ou impedem a passagem do sangue. As tromboses podem ocorrer no corpo todo, às vezes de forma aguda, e não pedem tratamentos específicos. Porém, quando os coágulos ganham volume, exigem atenção.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Regional São Paulo (SBACV-SP), surgem cerca de 180 mil novos casos de trombose por ano no Brasil. Já estudos internacionais apontam que as ocorrências em outros países batem a marca de três casos a cada mil pessoas. E esse distúrbio não escolhe gênero: acomete mulheres e homens na mesma proporção.

Entretanto, as tromboses são mais comuns em idosos. Acredita-se que isso ocorre porque, nos mais velhos, a resistência da parede venosa diminui, causando a dilatação da veia e, consequentemente, comprometendo a velocidade do fluxo sanguíneo, o que provoca os coágulos.

Mas a idade não é a único fator que favorece o surgimento de tromboses: obesidade, hipertensão, uso de anticoncepcionais, consumo de álcool e de cigarro, sedentarismo, reposição hormonal e até ficar muito tempo sem movimentar as pernas (em voos longos, por exemplo) ou cirurgias que alteram as paredes das veias também contribuem para o quadro.

Classificações

As formações de coágulos afetam o sistema circulatório e são classificadas em arterial ou venosa.

  • Trombose arterial (TA): normalmente, é causada pelo acúmulo de plaquetas sobre uma placa de gordura ou de cálcio nas artérias (como o próprio nome indica). Esse tipo de trombose diminui o fluxo de sangue do coração para os outros órgãos, causando baixa oxigenação. A trombose arterial também provoca embolia. Isso acontece quando o coágulo “viaja” pela corrente sanguínea e obstrui uma artéria localizada em outra região do organismo. Mas os riscos da TA não param por aí. A condição pode provocar acidente vascular encefálico (AVC) e infarto agudo do miocárdio. Diabetes, hipertensão, sedentarismo, estresse e obesidade, além de características genéticas, contribuem para o aparecimento de TA.
  • Trombose venosa (TPV): esse tipo é o mais comum e causa um processo inflamatório na região em que ocorreu. Geralmente, aparece nos membros inferiores e está associada a fatores de risco como sedentarismo, uso de anticoncepcionais e consumo de álcool e cigarro. Na TPV, pedaços dos coágulos, ou mesmo porções inteiras, podem circular pela corrente sanguínea e atingir os pulmões, provocando uma embolia pulmonar.

Fatores de risco

Qualquer coisa que impeça a circulação adequada do sangue pode causar um coágulo, incluindo lesões, doenças, falta de movimento, certas condições herdadas e estilo de vida. Os fatores de risco da TVP incluem:

  • Uma história pessoal ou familiar de TVP
  • Idade avançada (o risco aumenta após os 60 anos, mas a TVP pode ocorrer em qualquer idade)
  • Terapia hormonal para controle de natalidade (anticoncepcional) ou para reduzir os sintomas da pós-menopausa
  • Gravidez e até 6 semanas após o parto
  • Lesão devido a cirurgia, fratura óssea ou outro trauma
  • Falta de movimento prolongada devido a hospitalização, doença, lesão, paralisia ou viagens longas
  • Tratamento recente ou em andamento para o câncer
  • Insuficiência respiratória ou cardíaca
  • Distúrbios hereditários que tornam seu sangue mais espesso ou mais propenso a coagular do que o normal
  • Varizes
  • Uso de cateter venoso central
  • Tabagismo

Diagnóstico

Dor, inchaço, vermelhidão e sensibilidade constantes nos membros indicam que a circulação sanguínea na região está comprometida. Por isso, é sempre válido prestar atenção nesses sinais e procurar um especialista para conferir se são coágulos comprometendo o fluxo sanguíneo.

Para diagnosticar uma trombose, os médicos consideram o histórico de saúde do paciente e realizam uma avaliação clínica precisa, na qual conferem a coloração e a temperatura do local e se há dor, sensibilidade e rigidez da musculatura. Além disso, também podem pedir exames de imagem, clínicos e radiológicos.

O teste mais comum para o diagnóstico de TVP é o ultrassom, que usa ondas sonoras para detectar um coágulo e determinar se o sangue está fluindo adequadamente na área afetada. Seu médico pode recomendar uma série de ultrassons por vários dias para descobrir se o seu coágulo está crescendo e para garantir que um novo coágulo não tenha se desenvolvido.

Se o ultrassom não fornecer um diagnóstico claro, seu médico poderá realizar uma venografia, em que um corante é injetado na perna afetada e depois um raio-x é realizado para procurar os trombos. Exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada também podem ser pedidos para fechar o diagnóstico.

Em análises clínicas, o teste de dímero D mede a degradação da fibrina, substância que é liberada no sangue quando um coágulo se quebra ou se dissolve. Além disso, outros exames de sangue podem identificar distúrbios hereditários da coagulação que podem causar TVP.

Pesquisas mais recentes mostram também que a flebotomografia computadorizada e a angiorressonância nuclear magnética são exames de imagem importantes para o diagnóstico da trombose venosa, já que, com eles, é possível avaliar a circulação nas veias.

Tratamentos

Dependendo da gravidade da trombose e das condições clínicas do paciente, o tratamento é realizado no hospital. São indicados anticoagulantes para dissolver os trombos e reduzir a viscosidade do sangue. Ainda é preciso cuidar para que uma embolia pulmonar não aconteça e evitar a formação de novos coágulos. A cirurgia não é o primeiro recurso utilizado. No entanto, em casos específicos, como a Síndrome de May-Thurner, em que a trombose venosa profunda ocorre por compressão da veia ilíaca esquerda pela artéria ilíaca direita, na região pélvica, um procedimento minimamente invasivo é indicado.

A cirurgia pode acontecer de duas formas, como explica o cirurgião vascular Leonardo Lucas. Na primeira situação, com um acesso venoso ecoguiado, um cateter é implantado para levar agentes fibrinolíticos (medicamentos para tratar trombose) que dissolvem o trombo. No segundo cenário, o trombo é retirado pelo cateter e, caso necessário, este cateter também guia a implantação do stent, um pequeno tubo que mantém a artéria aberta e evita novos entupimentos.

Em outros casos, as pessoas com trombose fazem o tratamento em casa, sempre acompanhados por um médico responsável, com medicamentos que vão estimular a circulação do sangue e promover a anticoagulação de forma prolongada. A fisioterapia também pode ser recomendada, principalmente quando há dor e edema nos membros acometidos pela doença. Mas, como diz a sabedoria popular, no caso das tromboses, prevenir é o melhor remédio. Praticar atividades físicas com regularidade, cuidar da hidratação do corpo diariamente, não fumar e moderar o consumo de bebidas alcoólicas são atitudes importantes para cuidar da boa circulação do sangue. E para quem passa muito tempo sentado por causa do trabalho, a regra é levantar e movimentar as pernas a cada uma hora. E, no caso de voos longos, vale caminhar pelo corredor, se esticar e ficar alguns minutos em pé.