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Como parte de nossa campanha de conscientização do câncer do intestino "Mexa-se", convidamos a médica especialista em endoscopia Dra. Adriana Vaz Safatle Ribeiro para esclarecer diversos mitos sobre esta condição clínica. Confira:
Infelizmente não! Nos últimos anos, vêm se observando aumento da incidência de câncer colorretal em pacientes jovens, e as diversas sociedades médicas já orientam o rastreamento a partir dos 45 anos de idade. Cerca de 30% dos pacientes com câncer com idade entre 20 a 49 anos são decorrentes de síndromes de predisposição hereditária e 20% apresentam câncer colorretal familiar. Deve-se ressaltar, contudo, que cerca de 50% dos pacientes jovens não possuem nem síndromes de predisposição hereditária e nem história familiar de câncer colorretal, representando um grande desafio ao diagnóstico. Desta maneira, sinais de alerta, como sangramento nas fezes, devem ser investigados.
Sim, indivíduos da raça negra (Afrodescendentes) apresentam uma maior incidência de câncer colorretal. Nestes indivíduos, o início do rastreamento deve ser realizado a partir de 45 anos de idade. Indivíduos nascidos no Alaska, Uruguai e judeus de origem europeia estão também entre os grupos de maior risco de câncer colorretal.
Sim, hábitos alimentares como a ingesta de fibras presentes em frutas, vegetais e principalmente nos cereais podem ser importantes para reduzir o risco de câncer. Baixo consumo de carne vermelha e processada também pode ser importante para reduzir seu risco. Por outro lado, hábitos como tabagismo e etilismo estão associados ao maior risco do câncer colorretal. A inatividade física, o sedentarismo e a obesidade também estão relacionados ao maior risco.
Pacientes com história familiar de câncer colorretal são considerados de alto risco, devendo se submeter ao rastreamento aos 40 anos de idade ou 10 anos a menos que a idade do diagnóstico do familiar de primeiro ou segundo grau.
Porém, como em qualquer outro tipo de câncer, o câncer colorretal pode ser multifatorial, tendo grande influência dos fatores ambientais e dos hábitos de vida. Assim, além das possíveis alterações genéticas individuais, determinados hábitos sociais e alimentares podem contribuir para a gênese do câncer.
Importante salientar que outras doenças que afetam o intestino como doenças inflamatórias, como Crohn e Retocolite, assim como síndromes polipoides estão associadas ao maior risco.
Sim, a obesidade está diretamente relacionada a este tipo de câncer, assim como a outros tumores do aparelho digestivo. Assim, a atividade física, hábitos alimentares adequados e cessação do tabagismo devem ser incentivados para que haja a redução do risco do desenvolvimento do câncer colorretal.
Recado da Dra Adriana sobre a importância de se prevenir com exames de rotina e a necessidade de ficar atento aos sintomas:
O câncer colorretal aparece, na maioria das vezes, a partir de lesões precursoras, ou seja, de pólipos. Portanto, existe uma janela de oportunidade para se realizar exames de rastreamento, como teste de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, os quais podem contribuir para o diagnóstico precoce. Mais importante, a colonoscopia pode, através da ressecção dos pólipos, diminuir o desenvolvimento do câncer colorretal. Ademais, sintomas como sangramento e alteração do hábito intestinal devem ser obrigatoriamente investigados.
Mexa-se realize os exames, observe os sintomas, mude os hábitos, procure o médico.
Sobre a Dra. Adriana Vaz Safatle Ribeiro:
- Profa Livre-Docente em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
- Coordenadora do Serviço de Colonoscopia da Disciplina de Coloproctologia do Hospital das Clínicas da FMUSP
- Médica Assistente do Serviço de Endoscopia do Instituto do Câncer (ICESP - FMUSP)
- Médica Assistente do Serviço de Endoscopia do Hospital Sírio-Libanês
Referências:
Knudsen et al., JAMA 2021; 325:1998-2011
Sehgal et al., Gastroenterology 2021;160:2018-2028
Mauri et al., Molecular Oncology 2019;13:109-131
Siegal et al., CA Cancer J Clin 2017;67:177-193
ENDO-1537001-AA
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