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Afinal, o que é alimentação metabólica?

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Todos os alimentos influenciam no metabolismo, mas as refeições equilibradas e ricas em macronutrientes são capazes de estimular esse processo

Quando se discute obesidade e emagrecimento, logo surgem dietas que prometem resultados otimizados em pouco tempo. Nesse campo, um dos conceitos que tem feito sucesso é o de alimentação metabólica. “Esse termo vem sendo utilizado em diferentes contextos e com várias interpretações. Refere-se a um tipo de dieta ou plano alimentar que supostamente visa otimizar o metabolismo para aumentar o gasto de energia e promover a perda de peso”, comenta Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

O conceito está baseado nos princípios da alimentação equilibrada. “Todos os alimentos, todos os macro e micronutrientes, contribuem para o bom funcionamento do nosso metabolismo. Quando ingerimos carboidratos, proteínas ou gorduras, estamos interferindo metabolicamente no organismo”, explica o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Ele exemplifica: “Uma dieta com predominância de alimentos termogênicos age na melhora da taxa metabólica basal; uma dieta hiperproteica promove maior queima de calorias e aumenta o metabolismo”.

A influência dos alimentos no metabolismo

Fazer refeições frequentes e controlar a ingestão de macronutrientes com o objetivo de aumentar o consumo de proteínas e reduzir o de carboidratos e gorduras são premissas da alimentação metabólica, que deve ser combinada com a prática regular e constante de exercícios físicos. A proposta é preferir alimentos que estimulem o metabolismo e, consequentemente a queima de calorias, a fim de perder peso. Assim, nas refeições, não podem faltar:

  • o Alimentos termogênicos: eles requerem mais energia para serem digeridos e processados pelo corpo, processos que aumentam o gasto calórico. Nesse grupo, estão a pimenta, o chá verde, o café e alimentos ricos em proteínas, como carne magra, ovos e laticínios.
  • o Nutrientes equilibrados: a alimentação metabólica enfatiza a importância de se incluir uma proporção adequada de proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis em cada refeição. Isso ajuda a manter o equilíbrio de energia e a estabilidade dos níveis de açúcar no sangue, evitando o acúmulo de gordura.

Entretanto, é importante lembrar que nem todo mundo responde da mesma maneira ao consumo dos mesmos alimentos, principalmente entre os obesos, nos quais fatores como genética, estresse, sedentarismo e questões sociais influenciam no ganho de quilos. Segundo Ribas Filho, alguns alimentos têm uma capacidade maior de acelerar o metabolismo, mas o tratamento da obesidade envolve um cuidado individualizado e amplo, no qual a dieta balanceada, os exercícios físicos e os momentos de descanso e lazer também são fundamentais para o bem-estar e o emagrecimento.

ATENÇÃO: A lei restringe a venda destes dispositivos a médicos ou mediante prescrição médica. As indicações, contraindicações, advertências e instruções de uso podem ser encontradas na etiqueta do produto fornecida com cada dispositivo ou em www.IFU-BSCI.com. Os produtos mostrados apenas para fins INFORMATIVOS e a venda pode não ter sido aprovada em alguns países. Este material não se destina ao uso na França. 2023 Copyright © Boston Scientific Corporation ou suas afiliadas. Todos os direitos reservados.

ATENÇÃO II: Este material é apenas para fins informativos e não para diagnóstico médico. Esta informação não constitui aconselhamento médico ou jurídico, e a Boston Scientific não faz nenhuma representação em relação aos benefícios médicos incluídos nesta informação. A Boston Scientific recomenda fortemente que você consulte seu médico em todos os assuntos relativos à sua saúde CRM = 1718804 – AA – Saber da SaúdeATENÇÃO II: Este material é apenas para fins informativos e não para diagnóstico médico. Esta informação não constitui aconselhamento médico ou jurídico, e a Boston Scientific não faz nenhuma representação em relação aos benefícios médicos incluídos nesta informação. A Boston Scientific recomenda fortemente que você consulte seu médico em todos os assuntos relativos à sua saúde

ATENÇÃO III: Somente para fins informativos. O conteúdo deste artigo/publicação é de responsabilidade exclusiva de seu autor/editor e não representa a opinião da BSC.

ENDO = 1709505 – AA – Saber da Saúde

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Cirurgia Bariátrica: conheça as novas abordagens cirúrgicas para o enfrentamento da obesidade

Obesidade

Cirurgia Bariátrica: conheça as novas abordagens cirúrgicas para o enfrentamento da obesidade

A cirurgia revolucionou a medicina ao promover um tratamento eficaz, seguro e sustentado para pacientes com obesidade grave que antes sequer tinham opções terapêuticas. E, desde então, seus resultados são sustentáveis

As primeiras cirurgias bariátricas realizadas no mundo eram bastante eficientes para que o paciente atingisse o peso desejado. No entanto, as técnicas de desvios intestinais usadas largamente nos anos 1950 nos EUA e na Europa, chamadas técnicas disabsortivas, tinham um importante efeito colateral: a desnutrição causada pelas alterações metabólicas.1 E isso precisava mudar para evitar as muitas complicações nutricionais que o paciente enfrentaria ao longo dos anos.

O primeiro estudo a avaliar os resultados desses procedimentos foi o SOS – Swedish Obese Study – que, no começo dos anos 2000, publicou os dados de um acompanhamento feito por 15 anos com 4.047 pacientes obesos. Parte deles (2.010 pacientes) se submeteu à cirurgia bariátrica com a técnica bypass gástrico nos anos 1990 e o restante (2.037 pessoas) fez parte do grupo controle, recebendo tratamento convencional para a obesidade. Como resultado, o grupo operado demonstrou uma perda de peso sustentada acima de 25% do peso total, passados dez anos do procedimento, enquanto no grupo controle esse valor ficou em 2% 2.

Anna Carolina Batista Dantas, médica cirurgiã do Aparelho Digestivo pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e com atuação em Cirurgia Bariátrica, deixa claro que, antes da cirurgia bariátrica, as opções de tratamento para obesidade, sejam invasivas ou medicamentosas, eram raras. “Havia poucos medicamentos, com resultados ruins para a perda de peso e com muitos efeitos colaterais. O grande impacto da cirurgia bariátrica foi, a meu ver, promover uma maior consciência da obesidade, como uma doença crônica, grave e de difícil tratamento”, resume ela, que também é membro da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), biênio 2023-24

A bariátrica, portanto, foi uma cirurgia revolucionária por promover um tratamento eficaz, seguro e sustentado para pacientes com obesidade grave [IMC acima de 40 kg/m²] que antes dela sequer tinham opções terapêuticas, como relata a médica. “As medicações antigas promoviam uma perda de 5% do peso inicial, sem causar muito impacto em outras doenças associadas. A cirurgia bariátrica, por sua vez, levava a uma perda sustentada de mais de 30% do peso inicial ao longo dos anos, sempre associada ao melhor controle da hipertensão, do diabetes e da gordura no fígado”, compara.

Quem mais se beneficia da cirurgia bariátrica?

Logo no início das cirurgias bariátricas, foi criado um Consenso com diretrizes para sua indicação. “O Consenso de 1991 para a normatização da Bariátrica recomendava a realização da cirurgia para pessoas com IMC maior que 40 ou maior que 35, quando a obesidade estivesse associada a outras comorbidades, como o diabetes, por exemplo. Mas agora nós sabemos, baseado em grande número de estudos científicos, que a cirurgia bariátrica traz benefícios já para pacientes com IMC acima de 35 e até para pessoas com IMC maior que 30, que tenham doenças metabólicas como diabetes não controlada”, conta Anna Carolina.

A partir desses entendimentos, um consenso novo foi lançado no final de 2022 pela Federação Mundial de Cirurgia Bariátrica (IFSO) e pela Sociedade Americana (ASMBS) com essas novas recomendações 3

Evolução e atualização das técnicas

Não foi apenas a indicação para a cirurgia bariátrica que mudou nas últimas décadas, as abordagens cirúrgicas também evoluíram muito - e continuam a evoluir com a introdução da robótica, por exemplo - para trazer mais qualidade de vida ao paciente. “Hoje existe uma gama de novas técnicas possíveis, mas que ainda requerem validação científica e acompanhamento de longo prazo. É por isso que, mesmo com essa evolução técnica, as cirurgias bariátricas mais realizadas no Brasil e no Mundo ainda são o bypass Gástrico em Y-de-Roux e a Gastrectomia Vertical (Sleeve)”, explica a médica.

A cirurgia bariátrica que se popularizou nos anos 1990 não existe mais e, em seu lugar, graças ao avanço tecnológico da laparoscopia nos anos 2000 e a padronização da técnica no ensino e no treinamento da cirurgia, foi observado um aumento da segurança e melhoria dos resultados. “O Brasil se destaca no ensino do bypass gástrico em vários centros especializados, promovendo acesso ao tratamento cirúrgico da obesidade com qualidade e segurança”, reforça Anna Carolina.

Além do bypass, nos últimos 15 anos, houve um grande avanço da técnica sleeve (gastrectomia vertical), que rapidamente se popularizou e hoje é a mais realizada no mundo, com exceção do Brasil. Isso permitiu que mais cirurgiões oferecessem opções de tratamento aos seus pacientes.

A vez da endoscopia bariátrica

“Durante os últimos dez anos, o maior salto no tratamento da obesidade foi certamente a endoscopia bariátrica, que pode ser aliada no preparo pré-operatório dos pacientes, no tratamento das complicações da cirurgia bariátrica e, mais recentemente, no tratamento do reganho de peso, com muita tecnologia e de forma minimamente invasiva4”, lista a médica.

Além desses usos, a endoscopia bariátrica tem sido usada com segurança e eficácia como uma opção de tratamento para casos de sobrepeso e obesidade menos graves, principalmente em pessoas com IMC entre 27 e 35 kg/m², seja com o uso do balão intragástrico ou com a gastroplastia endoscópica.

Soluções contra o reganho de peso

A literatura demonstra que a cirurgia bariátrica tem um resultado excelente ao longo dos anos, com perda sustentada de 30% do peso inicial na maioria dos pacientes. Entretanto, é sabido que cerca de 10 a 15% dos pacientes podem voltar a ter obesidade por causa do reganho de peso.

“É importante ressaltar que pequenas oscilações no peso durante o tratamento são esperadas e que ganhar 5 quilos após a bariátrica não configura o chamado reganho de peso. Para isso, é necessário que haja um ganho importante do peso perdido, considerando-se de forma geral; é algo como recuperar mais de 50% do peso que se perdeu com a cirurgia”, descreve Anna Carolina, lembrando que há também alguns casos de perda insuficiente de peso com o procedimento, ou seja, menos quilos do que o esperado.

De forma geral, considera-se recidiva da obesidade se o paciente perdeu menos que 20% do seu peso total ou se reganhou peso e agora está 20% acima do peso em relação ao pré-operatório.

As opções de tratamento para reganho de peso têm avançado muito nos últimos anos, especialmente com a chegada de novas medicações como os análogos de GLP-1, como a semaglutida e a tirzepatida, e o tratamento endoscópico. “As evidências científicas mostram que ambas as opções têm perdas de peso modestas, com cerca de 10% do peso inicial, e requerem tratamento continuado, seja uma manutenção contínua da medicação ou novas sessões do procedimento endoscópico”, elucida a médica.

É por isso que há ainda mais uma opção, a cirurgia revisional5. “Essa escolha tem crescido entre os pacientes, mas ainda com indicações específicas e maior risco de complicações em relação à primeira bariátrica. Nos Estados Unidos, cerca de metade das cirurgias revisionais são realizadas por Doença do Refluxo após o Sleeve”, conclui.

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Associação da Gastroplastia Endoscópica (ESG) com medicações para perda de peso.

Obesidade

Associação da Gastroplastia Endoscópica (ESG) com medicações para perda de peso.

Por Dr. Vítor Ottoboni Brunaldi

O número de pessoas adentrando nas faixas de peso que configuram obesidade (índice de massa corpórea – ou IMC, maior que 30) cresce ano após ano. Já sabemos, há bastante tempo, que esta doença crônica (ou seja, que não tem cura – apenas controle) está muito relacionada com diversas outras doenças potencialmente graves como pressão alta, diabetes, colesterol alto (dislipidemia), infartos, derrames (acidentes vasculares cerebrais - AVC), e vários tipos de câncer. Por este motivo, requer atenção e cuidado [1].

Existem, nos dias de hoje, diversos tratamentos para a obesidade que variam muito em eficácia, custos, riscos e se são ou não invasivos. Inicialmente, a terapia indicada é dieta com restrição de calorias e mudanças no estilo de vida, buscando hábitos mais saudáveis e idealmente acompanhados por especialistas da área (nutricionistas, educadores físicos, psicólogos). Este é um tratamento não-invasivo, de baixo custo e com virtualmente nenhum risco associado. Entretanto, estudos mostram que menos de 1 a cada 20 pacientes com obesidade (IMC maior que 30) consegue perder grande quantidade de peso e manter este peso perdido ao longo dos anos desta forma [2].

No extremo oposto, um tratamento invasivo, mas muito eficaz, é a cirurgia bariátrica, dentre as quais as mais comuns são a Gastrectomia Vertical (ou Sleeve) e o Bypass Gástrico (ou cirurgia de Capella). Atualmente, a cirurgia bariátrica é indicada para pacientes que tenham obesidade moderada ou grave (IMC acima de 35) e que tenham tentado, sem sucesso, perder peso com dieta e mudanças de estilo de vida. Para esses pacientes, os benefícios da cirurgia são inquestionáveis. A perda de peso após a cirurgia varia de 20 a 40% do peso total (por exemplo, de 20 a 40kg para um paciente de 100kg) e também melhora diversas doenças associadas, como pressão alta, diabetes, colesterol e apneia do sono. Entretanto, existem riscos de complicações da cirurgia e, dependendo do tipo de procedimento realizado, é preciso que o paciente tome suplementos para a vida toda. Por isso, uma parcela significativa de pacientes com indicação de cirurgia recusa o tratamento [2,3].

Apesar do número de cirurgias bariátricas crescer ano a ano, o ritmo de crescimento da obesidade é maior do que o ritmo de crescimento da cirurgia. Por isso, uma parcela importante de pacientes com indicação de cirurgia e que aceitariam o procedimento não são operados por falta de oportunidade, fila de espera, desconhecimento, entre outros. Estima-se que menos de 1 a cada 50 pacientes com indicação de cirurgia é operado anualmente [1,2], resultando em um número enorme de pacientes carentes de tratamento.

Para esse grupo de indivíduos que ou não tem indicação de cirurgia bariátrica (IMC entre 30 e 35), ou que tem, mas recusam ou não tem acesso à cirurgia, existem alternativas com eficácia um pouco menor, mas menos invasivas e com menor riscos de complicações. Dentre esses, podemos destacar os tratamentos endoscópicos e o uso de medicações (ou farmacoterapia) [2].

Dentre as técnicas para perda de peso por endoscopia, a Gastroplastia Endoscópica (ou ESG, sigla em inglês para Endoscopic Sleeve Gastroplasty) tem ganhado bastante visibilidade no Brasil e em todo o mundo. A ESG consiste na realização de pontos no estômago por meio de um sistema por endoscopia chamado Apollo Overstitch ®, que faz com que o órgão fique com um formato tubular e com espaço reduzido. Assim, o paciente tem mais saciedade com uma quantidade menor de comida e fica saciado por mais tempo. Não há cortes na pele nem retirada de partes do estômago ou intestino, o que mantém a capacidade de o organismo absorver nutrientes e vitaminas. O procedimento leve em torno de duas horas e é realizado via ambulatorial, ou seja, sem necessidade de internação hospitalar. O paciente já pode ingerir líquidos poucas horas após a gastroplastia. As complicações graves são raras, ocorrendo em torno de 1 cada 100 procedimentos realizados [3-6].

A gastroplastia endoscópica é menos invasiva, porém, a perda de peso também é menor do que na cirurgia bariátrica. Estudos mostram que a perda média está em torno de 15 a 20% em dois anos após o procedimento (por exemplo, de 15kg a 20kg para um paciente como peso inicial de 100kg). Além disso, existem estudos mostrando que a ESG melhora também as doenças associadas à obesidade, como pressão alta, colesterol e diabetes [6-10].

Já a utilização de medicamentos para perda de peso, também chamada de farmacoterapia, é outra alternativa importante à cirurgia bariátrica. Medicações lançadas nos últimos anos aumentaram muito a eficácia da farmacoterapia na perda de peso. Dentre as medicações mais faladas e utilizadas atualmente, estão os chamados agonistas do receptor de GLP-1. Inicialmente utilizados para tratamento do diabetes, esses remédios foram rapidamente convertidos para tratamento da obesidade, pois se mostraram capazes de levar à grande perda de peso. Os mais conhecidos são a Liraglutida (Saxenda®) e a Semaglutida (Ozempic®) [11].

Além de atuarem na secreção de hormônios relacionado ao balanço energético, esses medicamentos também modulam a ingestão de calorias, a saciedade e o apetite. A Semaglutida (Ozempic®) tem ação prolongada, sendo aplicada com uma fina agulha, uma vez por semana. Existem muitos estudos comprovando sua eficácia na perda de peso. Um artigo recente mostrou uma perda de peso total de 16% no grupo Semaglutida contra 5% no grupo controle (que não recebeu a medicação). Há também evidências de que o medicamento melhora outras doenças associadas, incluindo a esteatohepatite não-alcoólica (ou gordura no fígado). Medicações ainda em fase de estudos têm apresentado resultados ainda mais surpreendentes, com perdas de peso que superam a marca dos 20% [12-15].

É interessante pensar que a farmacoterapia e as técnicas endoscópicas – a gastroplastia em especial, não se excluem, podendo ser associadas com o objetivo de melhorar ainda mais os resultados que cada uma dessas técnicas apresenta sozinha. Pequenos estudos com essa associação já demonstram resultados impressionantes, com perdas de peso passando de 25%. Esse valor é semelhante ao que certas técnicas de cirurgia bariátrica promovem, porém com um risco menor de complicações graves e sem efeitos colaterais permanentes [16].

A possibilidade de combinar medicações com a gastroplastia endoscópica deve ser discutida caso a caso com o médico especialista, pois o ajuste da dose deve ser personalizado. Além disso, como tanto a gastroplastia endoscópica quanto as medicações reduzem a velocidade com que o estômago esvazia a comida, é comum pacientes apresentarem náuseas e empachamento, que podem ser intensos quando as técnicas são associadas [4,11].

Outra questão que deve ser discutida com o médico especialista é o momento de introduzir a medicação. Existem duas formas básicas de associarmos medicação e a gastroplastia: a primeira é chamada pró-ativa e a segunda, reativa (ou resgate). A abordagem pró-ativa envolve prescrever a medicação para paciente que já estejam apresentando uma boa perda de peso com a gastroplastia e tem o objetivo de melhorar ainda mais os resultados. Dados mostram que essa abordagem pode ser capaz de aumentar a perda de peso além dos níveis de 25% discutidos anteriormente. Já a abordagem reativa, ou de resgate, envolve prescrever medicações apenas para pacientes que não estejam apresentando a perda de peso esperada após o procedimento. Estudos mostram que a abordagem de resgate permite fazer com o que paciente que inicialmente esteja com resultados ruins chegue à perda de peso média para o procedimento, que está em torno de 18% [16,17].

Independentemente da abordagem escolhida, a associação de farmacoterapia com a gastroplastia endoscópica tem um potencial enorme na promoção da saúde. Com o desenvolvimento de medicações ainda mais eficazes e o refinamento das técnicas endoscópicas, não seria ousado dizer que, em um futuro breve, essa associação poderia ocasionar perdas de peso superiores à 30%, o que se aproximaria muito da cirurgia bariátrica como conhecemos hoje.

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Quando a gastroplastia endoscópica não deve ser indicada?

Obesidade

Quando a gastroplastia endoscópica não deve ser indicada?

Após três anos, 88% dos pacientes terão perdido peso de forma sustentável. Mas, para que o resultado seja ótimo, é preciso indicar o procedimento para o paciente certo

A gastroplastia é um procedimento altamente seguro. Por utilizar a técnica endoscópica, que não exige nenhum tipo de corte, o risco de um evento adverso, como sangramentos, é reduzido. “O que nós fazemos durante o procedimento é remodelar o estômago, algo que pode ter um paralelo com o que acontece em uma cirurgia plástica, por exemplo. E é por isso que o órgão mantém todas as suas funções de secretar ácidos”, exemplifica Eduardo Grecco, médico especialista em endoscopia digestiva alta pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Professor Afiliado da Disciplina de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo, além de Coordenador do Serviço e da Residência Médica de Endoscopia, do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).

Ainda assim, o procedimento não é indicado para todos. Se a intenção é a perda de uma alta porcentagem de peso, como é o caso de pacientes com obesidade

grave e IMC > 40 kg/m², outros tratamentos podem ser mais indicados, como a cirurgia bariátrica. “Quem melhor se beneficia da gastroplastia endoscópica são pessoas com sobrepeso e obesidade de grau leve, com IMC entre 27 e 35 kg/m². Já a bariátrica é melhor indicada para quem tem IMC acima de 35”, resume Grecco.

Avaliação com equipe multidisciplinar

Mesmo em casos nos quais o paciente se enquadra no IMC indicado para a realização do procedimento, são indicadas consultas prévias com diferentes profissionais de Saúde, entre eles nutricionistas e psicólogos. Doenças psicológicas não controladas ou não tratadas são um impedimento à realização da gastroplastia endoscópica.

O médico precisa se certificar de que o paciente está preparado para todo o processo de emagrecimento que virá a seguir, enfatiza Grecco. “No primeiro mês o paciente terá apenas uma dieta líquida, que evolui para pastosa e purês até o quarto mês, quando, finalmente poderá voltar a comer de tudo. Só que, ainda assim, é preciso um acompanhamento nutricional próximo, pois o estômago terá 250 ml de volume e, além de comer pouco, o paciente precisará comer bem.”

O especialista, que trata a obesidade há 17 anos, tendo realizado mais de 4 mil procedimentos de balões intragástricos e 2 mil gastroplastias, diz que já deixou de fazer um procedimento porque não recebeu a aprovação da consulta psicológica. “Eram casos de pessoas com compulsão alimentar, em que era preciso tratar disso antes de fazer a gastroplastia, para que tudo desse certo.”

Casos de reganho de peso

Outro ponto que precisa ser esclarecido desde a primeira consulta com o médico endoscopista é que a sutura (costura) feita no estômago não dura para sempre. Ao contrário, com o tempo (até dois anos), os pontos vão se desfazer e, nesse momento, se a pessoa não seguir a dieta, pode voltar a engordar, por dilatar o estômago novamente. “Cerca de 12% dos pacientes terão reganho de peso três anos após o procedimento. E, em cinco anos, esse percentual chegará a 20%. Por tudo isso, oriento meus pacientes a voltarem logo a se consultar com o médico endoscopista quando percebem o ganho de peso, porque há estratégias a seguir nesses casos”, esclarece Grecco.

A primeira delas é a chamada ressuturação, ou seja, a realização de um novo procedimento para costurar o estômago novamente. “Se for constatado na endoscopia que o estômago dilatou, é feito um retoque do procedimento original e o paciente volta para a dieta controlada para perder os quilos novamente”, descreve o médico.

Já quem engordou e está com o estômago em tamanho reduzido vai precisar de outra estratégia. “Essa pessoa normalmente come pouco, mas come mal, com muito doce e carboidratos. Vai precisar voltar para a dieta ou até associar o uso de medicamentos como semaglutida e a tirzepatida, por exemplo”, diz.

Existem contraindicações?

Embora muito segura e efetiva, a gastroplastia endoscópica tem riscos como qualquer outro procedimento, contraindicações e recomendações que precisam ser estritamente seguidas.

O procedimento não é indicado para pessoas que tenham pólipos, úlceras, varizes gástricas ou esofágicas, hérnia de hiato maior que três centímetros, lesões neoplásicas ou coagulopatia. Além disso, se houver qualquer circunstância em que a técnica endoscópica seja contraindicada, o paciente também não poderá fazer a gastroplastia.

O procedimento é indicado para adultos com IMC entre 30 e 50 kg/m2 que não conseguiram perder peso com medidas como dieta e exercício, porém, mesmo após o procedimento, é necessário seguir uma dieta saudável e um programa de exercícios para perder peso, para não comprometer os resultados. Uma equipe multidisciplinar pode ajudá-lo nessa jornada. É bom lembrar que a perda de peso varia de paciente para paciente e que, em alguns casos, o paciente pode não perder peso após a intervenção. Avalie com seu médico se a sutura foi comprometida ou se você deve buscar outras opções para a perda de peso.

Em geral, os pacientes recebem alta no mesmo dia do procedimento, mas alguns permanecem mais tempo ou precisam retornar ao hospital para tratar sintomas associados à adaptação e à redução do volume gástrico. Os sintomas são mais

frequentemente tratados com fluidos intravenosos ou medicamentos, mas pode ser necessária intervenção médica.

Após o procedimento, o paciente pode ter náuseas e vômitos, dor abdominal, constipação, eructação, constipação, azia, diarreia e, em alguns casos, sangramento gastrointestinal Complicações mais graves são raras, mas é importante ficar atento e buscar assistência médica caso apresente qualquer um destes quadros.

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