Síndrome da dor regional complexa: tratamento multimodal é a chave

Sistema Nervoso

O uso de fármacos associado a fisioterapias, neuromodulação e tratamentos psicológicos, entre outras terapias, têm surtido os melhores resultados

A dor aparece logo após um trauma, que pode ser desde uma pancada no local até mesmo uma queimadura. Mas o que difere a síndrome da dor regional complexa (SDRC) de um evento isolado é a intensidade do desconforto: bem maior do que o esperado e até mesmo desproporcional para o trauma em questão. E, pior, o incômodo costuma durar muito mais tempo do que seria o esperado, sem nenhum alívio na dor¹ .

A síndrome da dor regional complexa acomete mais os adultos jovens e é de 2 a 3 vezes mais comum em mulheres²

Quem desenvolve a SDRC costuma descrever a dor usando termos como dor espontânea, queimação intensa, dor lancinante, aguda, com pontadas ou tipo choque elétrico³ . Como não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem capaz de comprovar a condição, o diagnóstico é sempre clínico, sendo que alguns testes podem ser solicitados apenas para descartar outras patologias, como radiografias e eletromiografia, para registro de atividade muscular.

A SDRC, em geral, possui sintomas unilaterais, ou seja, apenas um membro é afetado, seja ele mão, pé, braço ou perna. Mas o quadro se divide em dois tipos distintos⁴ :

  • Tipo I: Ocorre após uma lesão de tecido mole ou ósseo e já foi chamada de distrofia simpático-reflexa. É comum que apareça após uma colisão, afetando um membro inferior, mas também pode ser resultado de um infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) ou até em casos de câncer, como os que acometem mamas, pulmão, ovários ou tumores do sistema nervoso central. Outro fator recorrente é a dor aparecer após a imobilização do membro com gesso.
  • Tipo II: As causas costumam ser parecidas com a SDRC do tipo I, com a diferença crucial de que a lesão acontece em um nervo periférico, antes chamada de causalgia.

Tratamento multimodal

É difícil calcular o prognóstico de evolução da dor: pacientes com SDRC podem ficar anos estáveis até terem uma nova crise que progride e se dissemina para outras áreas do corpo5. Por isso, o objetivo maior do tratamento é aumentar a mobilidade e o uso do membro afetado. E, para tanto, muitas terapias se fazem necessárias.

Dentre as terapias utilizadas, tem surtido bons resultados o uso de fármacos, de fisioterapia, do bloqueio simpático por meio de infusão de anestésicos, de tratamentos psicológicos e da terapia do espelho.

A terapia com estimulação dos nervos pode também ser indicada como tratamento e tem trazido bons resultados: “A neuromodulação, que é a modificação das conexões neurais, permite gerar uma terapia efetiva de alívio da dor nesses pacientes”, finaliza a neurocirurgiã Catarina Couras Lins, especialista em Dor pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

¹ Síndrome da Dor Regional Complexa. BMJ Best Practice. Última revisão Março 2023.
² Síndrome da Dor Regional Complexa (SDRC). Manual MSD Profissional de Saúde. Acesso em Abril 2023.
³ Síndrome da Dor Regional Complexa. BMJ Best Practice. Última revisão Março 2023.
Síndrome da Dor Regional Complexa (SDRC). Manual MSD Profissional de Saúde. Acesso em Abril 2023.
5 Síndrome da Dor Regional Complexa (SDRC). Manual MSD Profissional de Saúde. Acesso em Abril 2023.

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