Histórias
Balão farmacológico: o dispositivo que viabiliza a circulação sanguínea em pacientes com pé diabético
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Depois de ter que tratar a doença em condições de emergência, Raquel da Silva Souza leva uma vida normal e mais saudável
Tudo pode mudar da noite para o dia, literalmente, quando o assunto é saúde. E a supervisora Raquel descobriu isso cedo, aos 26 anos. Na época, ela acreditava que as dores que vinha sentindo na perna estavam ligadas à rotina do seu trabalho em um call center.
Era uma quarta-feira de maio de 2021 quando Raquel notou que, além de dolorida, sua perna esquerda também estava inchada. Como vinha fazendo nas últimas semanas, decidiu ignorar os sintomas e dormir. "Quando acordei e fui levantar, já senti um incômodo na perna. Logo percebi que não conseguiria pisar por causa das fortes dores e informei que não iria ao trabalho naquele dia", explica.
Ela pensava que o agendamento de emergência para a consulta no clínico geral a levaria ao diagnóstico de uma possível distensão no quadril ou algum tipo de mau jeito. O médico pediu exames de imagem com urgência e a alertou sobre a possibilidade de uma trombose.
"Fiz o exame no mesmo dia e quando o médico viu, estava totalmente alarmado. Ele me disse: 'corre para o hospital porque a sua veia está completamente tomada, você não deveria nem estar andando'. Se eu tivesse demorado mais um dia para procurar ajuda médica, acredito que não teria sobrevivido", relembra.
Ao ser direcionada para o hospital, Raquel foi internada na emergência cardiovascular, recebeu o tratamento adequado e passou por novos exames, que identificaram um trombo na perna, na altura da virilha, trombos espalhados por todo o corpo e embolia nos dois pulmões.
"Com todos os exames, eles descobriram que eu já tinha uma condição que dificulta a circulação sanguínea, dois tipos de trombofilia e que eu até já tinha tido covid e não sabia".
Cirurgia e mudança de vida
A internação, que deveria levar de três a quatro dias, precisou ser prolongada, porque Raquel teria de passar por uma cirurgia para retirar o trombo que obstruía a veia na altura da virilha. Depois de alguns problemas com o plano de saúde, a cirurgia foi liberada e a supervisora foi operada no 24º dia no hospital.
"Assim que cheguei ao hospital, fiquei três dias completos na cama, sem poder sentar ou levantar nem mesmo para ir ao banheiro. Fui tratada, comecei a melhorar e, depois, fui liberada no dia seguinte da retirada do trombo - com um furinho bem pequeno, sem cicatriz e a perna desinchada".
De lá para cá, Raquel leva uma vida normal e sem sequelas. Em pouco tempo, pôde voltar à academia e ao trabalho, mas deixou de lado o uso de pílulas anticoncepcionais, que são fatores de risco para a trombose. Agora, toma dois medicamentos ao dia, um para a circulação e outro com função anticoagulante. Além do uso rotineiro das meias de compressão, ela faz acompanhamento periódico com o cirurgião vascular e com o hematologista. "Se eu pudesse dar uma dica, é de que as pessoas precisam se cuidar. Não ignorem as dores ou sinais que o seu corpo dá, porque ele nos avisa que algo está acontecendo", finaliza.
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