Após três anos, 88% dos pacientes terão perdido peso de forma sustentável. Mas, para que o resultado seja ótimo, é preciso indicar o procedimento para o paciente certo
A gastroplastia é um procedimento altamente seguro. Por utilizar a técnica endoscópica, que não exige nenhum tipo de corte, o risco de um evento adverso, como sangramentos, é reduzido.
“O que nós fazemos durante o procedimento é remodelar o estômago, algo que pode ter um paralelo com o que acontece em uma cirurgia plástica, por exemplo. E é por isso que o órgão mantém todas as suas funções de secretar ácidos”, exemplifica Eduardo Grecco, médico especialista em endoscopia digestiva alta pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Professor Afiliado da Disciplina de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo, além de Coordenador do Serviço e da Residência Médica de Endoscopia, do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).
Ainda assim, o procedimento não é indicado para todos. Se a intenção é a perda de uma alta porcentagem de peso, como é o caso de pacientes com obesidade grave e IMC > 40 kg/m², outros tratamentos podem ser mais indicados, como a cirurgia bariátrica. “Quem melhor se beneficia da gastroplastia endoscópica são pessoas com sobrepeso e obesidade de grau leve, com IMC entre 27 e 35 kg/m². Já a bariátrica é melhor indicada para quem tem IMC acima de 35”, resume Grecco.
Avaliação com equipe multidisciplinar
Mesmo em casos nos quais o paciente se enquadra no IMC indicado para a realização do procedimento, são indicadas consultas prévias com diferentes profissionais de Saúde, entre eles nutricionistas e psicólogos. Doenças psicológicas não controladas ou não tratadas são um impedimento à realização da gastroplastia endoscópica.
O médico precisa se certificar de que o paciente está preparado para todo o processo de emagrecimento que virá a seguir, enfatiza Grecco. “No primeiro mês o paciente terá apenas uma dieta líquida, que evolui para pastosa e purês até o quarto mês, quando, finalmente poderá voltar a comer de tudo. Só que, ainda assim, é preciso um acompanhamento nutricional próximo, pois o estômago terá 250 ml de volume e, além de comer pouco, o paciente precisará comer bem.”
O especialista, que trata a obesidade há 17 anos, tendo realizado mais de 4 mil procedimentos de balões intragástricos e 2 mil gastroplastias, diz que já deixou de fazer um procedimento porque não recebeu a aprovação da consulta psicológica. “Eram casos de pessoas com compulsão alimentar, em que era preciso tratar disso antes de fazer a gastroplastia, para que tudo desse certo.”
Casos de reganho de peso
Outro ponto que precisa ser esclarecido desde a primeira consulta com o médico endoscopista é que a sutura (costura) feita no estômago não dura para sempre. Ao contrário, com o tempo (até dois anos), os pontos vão se desfazer e, nesse momento, se a pessoa não seguir a dieta, pode voltar a engordar, por dilatar o estômago novamente. “Cerca de 12% dos pacientes terão reganho de peso três anos após o procedimento. E, em cinco anos, esse percentual chegará a 20%. Por tudo isso, oriento meus pacientes a voltarem logo a se consultar com o médico endoscopista quando percebem o ganho de peso, porque há estratégias a seguir nesses casos”, esclarece Grecco.
A primeira delas é a chamada ressuturação, ou seja, a realização de um novo procedimento para costurar o estômago novamente. “Se for constatado na endoscopia que o estômago dilatou, é feito um retoque do procedimento original e o paciente volta para a dieta controlada para perder os quilos novamente”, descreve o médico.
Já quem engordou e está com o estômago em tamanho reduzido vai precisar de outra estratégia. “Essa pessoa normalmente come pouco, mas come mal, com muito doce e carboidratos. Vai precisar voltar para a dieta ou até associar o uso de medicamentos como semaglutida e a tirzepatida, por exemplo”, diz.
Existem contraindicações?
Embora muito segura e efetiva, a gastroplastia endoscópica tem riscos como qualquer outro procedimento, contraindicações e recomendações que precisam ser estritamente seguidas.
O procedimento não é indicado para pessoas que tenham:
- pólipos;
- úlceras;
- varizes gástricas ou esofágicas;
- hérnia de hiato maior que três centímetros;
- lesões neoplásicas ou coagulopatia.
Além disso, se houver qualquer circunstância em que a técnica endoscópica seja contraindicada, o paciente também não poderá fazer a gastroplastia.
Para quem é indicado?
O procedimento é indicado para adultos com IMC entre 30 e 50 kg/m2 que não conseguiram perder peso com medidas como dieta e exercício, porém, mesmo após o procedimento, é necessário seguir uma dieta saudável e um programa de exercícios para perder peso, para não comprometer os resultados. Uma equipe multidisciplinar pode ajudá-lo nessa jornada. É bom lembrar que a perda de peso varia de paciente para paciente e que, em alguns casos, o paciente pode não perder peso após a intervenção. Avalie com seu médico se a sutura foi comprometida ou se você deve buscar outras opções para a perda de peso.
Alta e cuidados pós-procedimento
Em geral, os pacientes recebem alta no mesmo dia do procedimento, mas alguns permanecem mais tempo ou precisam retornar ao hospital para tratar sintomas associados à adaptação e à redução do volume gástrico. Os sintomas são mais
frequentemente tratados com fluidos intravenosos ou medicamentos, mas pode ser necessária intervenção médica.
Após o procedimento, o paciente pode ter náuseas e vômitos, dor abdominal, constipação, eructação, constipação, azia, diarreia e, em alguns casos, sangramento gastrointestinal Complicações mais graves são raras, mas é importante ficar atento e buscar assistência médica caso apresente qualquer um destes quadros.
Quer saber mais? Veja: Associação da Gastroplastia Endoscópica (ESG) com medicações para perda de peso.
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ENDO - 1982806 – AA – Saber da Saúde