Acesso á Saúde
Telemedicina: como usar a consulta remota para facilitar o acesso à Saúde
São muitas as possibilidades de assistência em saúde trazidas pelo atendimento online, mas é preciso que os dois lados da tela conheçam seus direitos e saibam o que fazer
Durante a pandemia de COVID-19, a telemedicina foi fundamental para garantir aos brasileiros o acesso a uma consulta médica, quando a recomendação dos órgãos oficiais de Saúde era ficar em casa para conter a transmissão do coronavírus. Antes disso, porém, a discussão sobre o que poderia (ou não) ser feito de forma remota durou décadas, até que, em 28 de dezembro de 2022, foi aprovada a Lei nº 14.510/22, que regulamenta a prática da telessaúde e telemedicina no Brasil ¹.
A telemedicina hoje é um poderoso meio de acesso da população a especialistas, especialmente em regiões remotas do país. Também é uma forma eficiente de poupar tempo em grandes cidades e evitar deslocamentos desnecessários para consultas em que não é preciso o contato físico com o profissional da Saúde. Tanto que, também em 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou a prática médica mediada por tecnologia e serviços de telecomunicação ²
Como, então, o paciente pode tirar melhor proveito dessa modalidade?
Primeiro, é preciso saber quais são os serviços que a telessaúde e a telemedicina englobam. O termo telessaúde, mais amplo, inclui modalidades como a própria telemedicina, mas também a teleenfermagem e a telefarmácia, por exemplo ³.
Sendo assim, por meio dessa prática, o paciente pode tirar dúvidas sobre seu tratamento de saúde, compartilhar os resultados de seus exames de modo online com o médico, receber orientação da enfermagem sobre medicamentos e procedimentos ou até mesmo tomar medidas de emergência, antes de se dirigir ao pronto-socorro.
Para tanto, algumas medidas devem ser tomadas pelo paciente, onde ele estiver. São elas:
- Preparar perguntas com antecedência para fazer ao profissional da Saúde
- Garantir que a conexão com a internet esteja boa antes de ingressar na consulta
- Vestir-se adequadamente, como se estivesse presencialmente na consulta médica
- Estar em um lugar silencioso, para poder ouvir bem as orientações
Ainda, no contexto da telemedicina, se aplicam os mesmos princípios da prática médica presencial.
Conheça os seus direitos no contexto da telemedicina 4
- Direito ao consentimento informado e direito de participar da tomada de decisão
- Direito à confidencialidade dos dados
- Direito ao acesso ao prontuário
- Direito à informação
- Direito ao cuidado em saúde de qualidade e seguro
- Direito à apresentação de queixa
Do outro lado da tela
Uma vez que a interação humana é essencial para o cuidado em Saúde, como, então, deve ser usada uma ferramenta como a telemedicina? Quem responde é Aline Albuquerque, professora da Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB), diretora do Instituto Brasileiro de Direito do Paciente e coordenadora do Observatório Direitos do Paciente. “É verdade que tanto profissionais da Saúde como pacientes ainda têm medo de perder a interação humana ao usar uma tela e que o toque se faz prioritário em muitas consultas para um diagnóstico preciso. Mas há momentos em que uma consulta remota pode ser possível e ela será ainda melhor se houver empatia.”
Uma pesquisa feita com 527 pacientes e 20 profissionais da Saúde que usaram a telemedicina durante a época da pandemia demonstrou que, embora houvesse certas barreiras para que a empatia pudesse ser expressada por meio de uma tela, nenhum obstáculo importante foi relatado. Sendo assim, demonstrar empatia parece ser possível por meio da telessaúde. 5
Verdades e mentiras sobre telemedicina 6
- Só existe telemedicina nos planos de saúde.
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Todo atendimento em saúde deve ser feito pela telemedicina.
- A consulta em telemedicina fica registrada no prontuário médico.
- A receita médica online tem a mesma validade que a física, obtida na consulta presencial.
Telemedicina para pacientes vulneráveis
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), já disse que “as tecnologias digitais não são fins em si mesmas; [mas que] são ferramentas vitais para promover a saúde, manter o mundo seguro e servir aos vulneráveis.” 7
Por vulneráveis, entende-se crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e sob cuidados de saúde mental. No entanto, sempre que o profissional de Saúde se sentir incapaz de manter o padrão de cuidado exigido para determinada situação clínica devido às limitações técnicas da telemedicina, deverá encaminhar o paciente para uma consulta presencial. 8
“Em muitos aspectos, a telemedicina aumenta o acesso a cuidados em saúde, reduz o tempo de espera de deslocamento e nas consultas, bem como os custos. Mas é preciso criar um ambiente seguro - ainda que virtual - para que isso aconteça”, deixa claro a cartilha de Telemedicina e Direitos do Paciente formulada pelo Instituto Brasileiro de Direitos do Paciente (IBDPAC).
ATENÇÃO II: Este material é apenas para fins informativos e não para diagnóstico médico. Esta informação não constitui aconselhamento médico ou jurídico, e a Boston Scientific não faz nenhuma representação em relação aos benefícios médicos incluídos nesta informação. A Boston Scientific recomenda fortemente que você consulte seu médico em todos os assuntos relativos à sua saúde.
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